quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Com certeza, aquela corujinha ainda não
conhecia as maldades do mundo!
Apoiada no reforço da grade que cercava
um dos prédios, parecia não temer os que
apressadamente por ela passavam sem
notar sua presença pequenina,com as
penas ainda por crescer - engraçado como
vemos ratos e baratas nas calçadas e
raramente olhamos acima de nossas cabeças!-
Logo pensei na câmera, não estava comigo,
dia nublado.
Curioso, o olhar daquela avezinha alcançou
o fundo dos meus olhos! e no exato momento
em que estendi a mão,ela ergueu decidida os
pezinhos, um e outro...
"Congelei" minhas mãos naquele instante raro,
não queria assustá-la. Senti uma alegria tão
grande, enquanto pousada em meu dedo, a corujinha
não cessava de me olhar.
Eternos segundos depois, um piado a fez levantar
seu vôo de aprendiz e eu  ainda imóvel
sentia uma alegria imensa...afinal, eu poderia
ter passado ali, olhando apenas os meus próprios
pés...


Olívia Ventura

(a imagem da corujinha vem daqui:http://jardimencantado.mforos.com/1769825-jardim-das-conversetas)

sábado, 7 de agosto de 2010

Era uma vez...

foi assim
de repente...ou não...
o vinho, a noite, a chuva.
A porta... entre... aberta
você entrou,
menino carente
eu
mulher ferida
o vestido beijo em roda
a música a dança
a sala o quarto poros aflitos
a lua olhares,
destino?
UNIverso fechando o cerco.
Tudo deu certo.
Tudo foi certo.
Palavras
Silêncio.
E foi.
Atrás de mim
a porta
o escuro, lua nova...
Hoje não eu.
Hoje não você.
apenas isto
o isso que foi
e era uma vez...